quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

CASTELO MEDIEVAL

No Curso de Licenciatura em História que fiz pela Universidade Metropolitana de Santos, estudei ali a seguinte descrição de um castelo, a qual transcrevo:


Diante de um castelo medieval, o primeiro aspecto a chamar a atenção é a
ponte elevadiça (1). Você deve imaginar que sua função é evitar invasões,
certo? Nos desenhos animados e no cinema ela aparece como porta e, ao
mesmo tempo como ponte sobre um fosso(2), que também serve para evitar
invasões pois amplia a distância entre o alto muralha do castelo(3) e
o solo.. Além disso, o fosso evitava outra maneira bastante comum que os
inimigos usavam para entrar na edificação: os túneis. Castelos sem fosso
ficavam vulneráveis a esse tipo de invasão. Embora dependendo da região,
ele não tivesse água e muito menos jacaré!







A porta que dá acesso ao interior das muralhas (4) era alta para permitir a
entrada dos guerreiros e cavaleiros com suas montarias, além de carroças
para fornecimento de mercadorias.

Nos primeiros séculos da Idade Média, os castelos eram de madeira. A
partir do século XI, passaram a ser construídos com blocos de pedra e em
lugares cada vez mais altos, que possibilitassem a visualização antecipada
da chegada dos inimigos. A segurança era um aspecto importante do castelo
medieval. Talvez o mais importante, tanto que, facilmente se poderia
confundir um castelo com uma fortaleza. As muralhas também eram altas
para evitar a entrada de inimigos e equipadas com postos de observação,
a partir dos quais os soldados também poderiam defender o castelo (7)
(15)

Alguns castelos apresentavam as coberturas em forma pontiaguda ou
triangular para evitar o acúmulo de neve. (8)









Conseguindo impedir a invasão, os moradores do castelo poderiam fazer
prisioneiros e, nesse caso, estes eram levados para a masmorra (9), uma
cela subterrânea. Um fato comum na Idade Média era o pedido de resgate
de um preso, daí a importância de se fazer prisioneiros.


A parte exterior do castelo (a) era voltada quase que exclusivamente para
a defesa. Uma segunda área do castelo era destinada a sociabilização e a
moradia da corte (b), isto é da família nobre, o senhor feudal, e daqueles
mais próximos.

É importante destacar que na Idade Média os símbolos têm muita importância.
Dessa maneira, não é a toa que no topo desse setor estivesse
o aposento da família nobre (11) e a Igreja (12), simbolizando o poder
secular e o sagrado, respectivamente. Nessa torre principal, logo abaixo
dos aposentos dos senhores e da capela, ficava o grande salão onde eram
servidas as refeições (13) . Ao contrário do que imaginamos, baseados
em filmes ou contos de fadas, os castelos eram lugares de vida rústica,
em que havia pouco espaço para a privacidade. Essa rusticidade refletia
o temperamento dos nobres da época que eram, essencialmente, guerreiros.













Quem imaginar o interior do castelo como um acampamento militar
estará muito mais próximo da realidade do que quem imaginar um salão
de baile com damas e cavaleiros bem vestidos.

Um terceiro setor do castelo, nos fundos, era o de “serviço” (c) responsável
por abastecer e manter em funcionamento toda a estrutura do castelo,
desde a função de defesa até a de consumo da corte.

Um trabalho importante era o dos forjadores. Nesse setor utilizavam fogo
intenso para moldar o ferro e transformá-lo em armas e ferraduras. O sistema
hídrico do castelo era complexo, a água vinha tanto de poços artesianos
(14) quanto da chuva. A água da chuva que escorria pelos telhados
era guardada em cisternas (15) e levada por canos (16) até a cozinha (17).

Neste local havia uma chaminé (18), sob a lareira onde muitos alimentos
eram assados (19). Os primeiros castelos tinham apenas pequenos furos
no teto por onde saia a fumaça, o que, de certa maneira, auxiliava a aquecer
o recinto no inverno.

Um dos principais alimentos era o porco, não só pelo animal ter uma dieta
variada, capaz de comer muitos “restos”, mas também por ser um animal
do qual aproveitava quase tudo. Ademais consumi-lo era permitido aos
cristãos, ao contrário do que ocorria com muçulmanos e judeus.

Na cozinha também eram guardados os alimentos que não se estragavam,
enquanto aqueles que eram perecíveis ficavam nos porões (20), a zona mais
fria do castelo. A armazenagem era fundamental para manter o estoque
de suprimentos em períodos de guerra. Era também nessa edificação “de
serviço” que se encontrava a fossa, que reunia os dejetos do castelo (21),
sendo que parte desse ,material era recolhido e utilizado